quarta-feira, outubro 31, 2012

Razão no. 14 - Biblioteca Municipal


Santa Bárbara d'Oeste tem três bibliotecas públicas: a que está instalada no Centro Cultural Prof. Léo Sallum, a que fica no Caic Irmã Dulce e a que fica na área central (na Praça 9 de Julho, em frente ao Museu da Imigração), denominada Biblioteca Pública Municipal Maria Aparecida de Almeida Nogueira.

Confesso que, das três, eu conhecia apenas a última, que por sinal foi a primeira a ser criada em nossa cidade, em 15 de junho de 1968.

Foto: Bete Padoveze - agosto 2012
O prédio que atualmente abriga a Biblioteca Central foi inaugurado em 1940 e anteriormente continha as instalações do Paço Municipal. Com a transferência da sede do governo da cidade para o prédio ao final da Avenida Monte Castelo, em 08 de maio de 1981 passou a abrigar a biblioteca.

Balcão de atendimento de frente para as belas janelas
 Foto: Bete Padoveze - outubro 2012
A denominação "Maria Aparecida de Almeida Nogueira" foi oficializada através do decreto 928/76, por indicação do vereador José Rego, em homenagem à professora Cidinha Nogueira, que muito ajudou na constituição da biblioteca. Embora não fosse barbarense, Cidinha Nogueira, filha do conhecimento médico e político Dr. Felício Nogueira e figura de destaque na cidade, exerceu atividades no meio educacional, cultural e jornalístico. Faleceu prematuramente em 1974, aos 34 anos de idade, vítima de acidente em São Paulo (1).

Cidinha Nogueira  (Foto: blog do prof. Emer Nogueira)
É muito comum ouvir-se que hoje as pessoas não lêem livros. De fato, dados da edição de 2012 da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (da Fundação Pró-Livro e Ibope Inteligência) mostram que nos últimos 4 anos (2007 a 2011) o número de leitores no Brasil caiu 9,1%. É triste, mas é real.

Uma das razões é que hoje dispomos de mais meios de informação, o que de uma certa maneira oferece um consolo. O que me preocupa mais não é o número maior ou menor de leitores, e, sim, a qualidade do material oferecido à leitura. Um bom e bem escrito livro ainda é, mais do que fonte de entretenimento, a base da formação da expressão oral e escrita de cada pessoa.

Bem, de volta à nossa biblioteca. Conforme informação da bibliotecária Roseli Tassi Tureta, há cerca de 50.000 exemplares à disposição, atraindo uma média de 3.500 leitores ao mês, representando um importante acervo para quem pesquisa ou procura um livro para cultura e lazer. Frequentemente são adicionados novos títulos, que atendem às necessidades das mais variadas faixas etárias.


Na biblioteca central, assim como nas demais bibliotecas do município, há também o balcão de trocas, um espaço reservado para troca de livros que já existem no acervo das bibliotecas, com livros dos usuários. As bibliotecas também recebem livros em doação, para serem incorporados ao acervo existente.

Fotos: Bete Padoveze - outubro 2012
Além de anexo destinado à literatura infantil, a biblioteca central possui sala de pesquisa, com computadores disponíveis para os usuários,...


Fotos: Bete Padoveze - Outubro 2012
 ... e uma sala para leitura de periódicos. Por falar em periódicos, há um acervo histórico dos jornais da cidade, todos muito bem preservados e encadernados.

Foto: Bete Padoveze - outubro 2012
Além da evidente importância para a manutenção do nível cultural de nossa cidade e criação de hábitos de leitura nas novas gerações, a Biblioteca Central ajuda a manter preservado o patrimônio arquitetônico da cidade.

A biblioteca com nova pintura (Foto: Bete Padoveze - outubro 2012)

(1) Fonte: Jornal d'Oeste, ed. 04/07/76

Endereço: Rua João Lino, 362 - Centro
Horário de funcionamento: 2a. a 6a. feira das 9 às 18 horas
                                        sábados das 9 às 12 horas.


quarta-feira, outubro 24, 2012

Razão no.13 - 'Causos' de SBO - A praga do padre


Entre as riquezas culturais de uma cidade estão também as lendas, os 'causos' populares, transmitidos de pessoa a pessoa, de geração em geração, e que muitas vezes acabam perdidos no tempo, sem registro, sem identificação. Essas histórias, sejam verdadeiras, sejam fruto de ficção ou uma mescla de fatos verdadeiros e fictícios (afinal, quem conta um conto aumenta um ponto...), dão colorido e personalidade ao local de onde se originam.

Santa Bárbara tem seus 'causos' também - um deles é frequentemente mencionado quando algo negativo acontece. Por exemplo, negócios que não vingam, atrasos no progresso, falências, e outros mais. Se deu errado, é por conta da praga do padre!

Afinal, qual é a praga do padre? Conheço duas histórias, que transcrevo abaixo.


A praga do padre, por Nelson Sartori

Esta história foi contada a mim e a minha irmã Tere pelo Nelson Sartori - a quem agradeço pela oportunidade - que a ouviu de seu pai. O texto segue abaixo, transcrito do video do 'causo' contado pelo próprio Nelson.

Nelson Sartori

Clique para ver o vídeo "A praga do padre"  (1)
"Pois é, esta história meu pai contava quando ele chegou aqui em Santa Bárbara. A minha família Sartori chegou aqui no início de 1920 e esta história do padre já estava bem sedimentada, bem comentada na cidade.
 
Consta que, ali na esquina onde hoje é o Banco do Brasil, foi montado um circo. Com certeza devia ser um circo pequeno, porque naquele tempo Santa Bárbara devia ter quantos habitantes? Bem, e na inauguração foram convidadas as autoridades, o chefe da estação, o chefe do acendedor de lampião, o delegado, o prefeito, devia ter interventor, e o padre da cidade, o pároco.
 
Muito bem, começou o espetáculo. Quando foi para abrir a sessão do trapézio, as meninas apareceram no picadeiro, no palco, com um maiô da época - devia ser lá pelo joelho, né? Então, e o padre chiou, não aceitou, achou que era um escândalo, por que aquilo era desagradável. Então o dono do circo veio, conversou com o padre e falou: - Olha, se o senhor não se sente bem, o senhor tem liberdade prá sair, não tem importância. Eu não vou me ofender por causa disso, eu respeito a sua opinião.
 
Então tumultuou tanto no circo como lá fora, o pessoal que esperava o meio tempo, por que depois da metade do espetáculo o pessoal entrava de graça. Aí tumultuou e o padre chegou nesse grupo de jovens e alguém deve ter ofendido o padre. Já o padre falou: - O lugar de vocês é junto com seus pais, por que não é hora de vocês estarem na rua. Mais ou menos por ai. Aí um dos moços acertou um pé-de-ouvido no padre com a costa da mão, derrubando-o. Me desculpa, eu sei o nome da família, que meu pai falava, mas eu não posso falar. Os familiares estão por aí ainda - fica desagradável.
 
E o padre caiu, daí levantou, e ele voltou a discutir: - Local de padre é na igreja, aqui não tem nada que ver com esta festa, esta festa é nossa. Qualquer coisa nesse sentido.
 
Muito bem, o padre foi embora. No outro dia bem cedo, ele chamou a diligência e o cocheiro da diligência era o Sr. Belchior, sogro do Sr. Didi Machado, que naquele tempo devia ser moço também. E acertou a viagem para Americana, que ele foi para Americana - naquele tempo Vila Americana - pegar o primeiro trem para Campinas.
 
E ao sair de Santa Bárbara pela estrada velha, que passava por baixo daquele pontilhão ali na Vila Godoi - não existia a Avenida Santa Bárbara aqui na Vila Godoi, era lá no pátio do trem onde hoje é o Jardim Paulista. Passou por ali, fez a curva ali do lado, tem até uma santa cruz em cima do barranco (eu também sei a história dessa santa cruz) e fazia uma primeira curva à esquerda, e lá (hoje ali é o trevão do São Francisco) dava prá ver a cidade, que devia ser da Rua Riachuelo até a Duque de Caxias - quatro ruazinhas - alí ele mandou parar a diligência e olhando para a cidade ele falou para o cocheiro: - Enquanto existir uma pessoa desta geração nesta cidade ela não vai ir prá frente.
 
Praça de Santa Bárbara em 1917 (2)
Tirou as sandálias, bateu as duas, uma na outra, e falou pro cocheiro: - Desta cidade eu não vou levar nem a poeira das minhas sandálias. E seguiu viagem e tomou o trem em Campinas, e foi para, digo, em Americana e foi para Campinas.
 
Agora, não estamos conseguindo esses registros: o Angolini já procurou, eu procurei, talvez numa das paróquias em Campinas esse padre se apresentou. E qual a história que ele contou? Aí está, um desconhecido, não estamos conseguindo confirmar."

A praça principal da cidade hoje (Foto: Bete Padoveze - setembro 2012)
A segunda história segue abaixo e foi transcrita do jornal "Diário" (3), edição de 24 de junho de 2007 (por Juliane Capelato Pressutto):

A mesma história em duas versões
"Em 1913, uma grande tragédia marcou a história do Município de Santa Bárbara, (ainda não era d'Oeste). Uma história tétrica e verídica, contada de pai para filho, desde aquele tempo, passando a ser considerada quase uma lenda.

Foi em 17 de julho daquele ano, que nosso delegado
, Sebastião Benedicto do Amaral, foi acionado para prender dois irmãos, João e José Corrêa Rapozo, que tinham roubado dois cavalos na região e que estavam perto da cidade. Foi próximo ao Córrego Araçariguama, local em que hoje, conta com a ponte, ao lado da cadeia pública. Nosso delegado (cargo ocupado por indicação devido à sua conduta honesta) foi dar voz de prisão aos larápios e, possivelmente, após alguma discussão, foi morto com um tiro, a sangue frio. Seu irmão, Benedito do Amaral, que o acompanhava, também foi alvejado, com um tiro na perna.

Os bandidos, de posse dos cavalos roubados, seguiram em direção ao Bairro Santo António do Sapezeiro, por uma antiga estrada que passava pela Represa da Água Branca e, cortando sítios, procuraram atingir a casa de uns parentes que moravam, conforme relatos, depois do grande vale, a alguns quilómetros da Capela de Santo António.

 
Bairro Santo Antonio do Sapezeiro em 1992 (Foto: Roberto Schwarzenbeck (4)
Na cidade, a notícia se espalhou como um bomba, enfurecendo a todos que rapidamente passaram a se organizar, munidos de armas de fogo, se dispuseram a seguir as pegadas dos assassinos e a eles darem um fim. O recrutamento atingiu até moradores dos sítios dos bairros vizinhos, sendo que nem todos aderiram à marcha mas, mesmo assim, muita gente seguiu a grande caravana.

Àquela altura, os fugitivos, seguindo a velha estrada, acabaram dando em uma cerca, no sítio dos Godoy, pois a estrada para o Bairro Santo António, tinha um novo traçado. Não tendo tempo para pensar, os irmãos abandonaram os animais e seguiram a pé, embrenhando-se mata a dentro mas, ao passar em frente a casa do Sr. Francisco Egídio de Godoy, foram vistos por sua esposa Maria Vicentim de Godoy que, naquele momento, amamentava o filho António de Godoy. Percorreram, ainda, alguns quilômetros a pé, até que encontraram um grande vale, onde ficaram escondidos, a grande profundidade, protegidos por um grande tronco de peroba, dificultando o acesso dos seus perseguidores.

Horas mais tarde, chegaram os voluntários recrutados, revoltados e armados até os dentes, muitos tiros foram trocados, mas o grande tronco de árvore protegia os foragidos. Foi então que Francisco Egídio de Godoy - "Nené", inspetor de quarteirão, considerado uma autoridade no Bairro Santo António, conseguiu manter contato com os fugitivos, prometendo-lhes proteção.

Os infratores acabaram se entregando, saindo do grande buraco, ficando cercados pela população enfurecida. Próximo à estrada que divide os sítios, perto de uma árvore de peroba, conforme relatos, Albert Anderson, da Fazenda São Luiz, atira em um dos irmãos e, a partir daí, a grande tragédia aconteceu. Como um dos irmãos ainda relutava em viver, Leonardo com uma foice,num duro golpe, separa a cabeça do corpo.

Muitas histórias ainda hoje são contadas, pois os corpos vieram para cidade, em uma carroça seguida pela multidão vitoriosa, "exibindo o troféu", como vingança pela morte do estimado cidadão, Sebastião Benedicto do Amaral. Conforme muitos testemunhos, passaram pelas ruas oferecendo a carne humana para venda.


É claro que pode não ter sido tão "aviltante" como descrito mas, é certo, que toda população estava eufórica com a vitória sobre os bandidos.

Sebastião, que fora elevado ao cargo de delegado e, covardemente, morto no cumprimento de seu dever, foi sepultado em nosso Campo Santo, na sepultura n° 116, da quadra I, sendo considerado um dos grandes vultos de nossa história.

João e José eram filhos de João Rapozo, e foram sepultados, em nosso cemitério, com os registros 419 e 420. A reportagem esteve no cemitério central, mas não conseguiu localizar os registros.

Muitos anos depois, o sr. Santiro Azanha, ao retirar o grande tronco de peroba, encontrou o revólver em adiantado estado de decomposição.


Depoimentos: Naor Azanha e Família Godoy. Fonte: Fundação Romi - Arquivo Historico - António Carlos Angolini

Outra versão da mesma história
Paulo Sérgio dos Santos, neto de Benedito Soares dos Santos, falou que o seu avô, que faleceu com mais de 100 anos, contava a história da morte dos jovens: "Eu lembro que o meu avô dizia que os jovens não tinham roubado os cavalos e eram sim tropeiros, que conduziam tropa e vendiam cavalos".

Segundo Paulo, pelas lembranças que tem, que foram contadas pelo seu avô, a confusão começou em um armazém na Rua XV de Novembro, que reunia pessoas que aguardavam para carregar ou descarregar carga dos vagões da "maquininha" da Usina, que ficavam guardadas na Casa da Laranja, perto do cemitério central. Ele disse que, antigamente, havia o "costume" de quando a pessoa chegava em um estabelecimento deveria oferecer a bebida aos outros, mas diz que os jovens ignoraram essa prática e a confusão começou no local.

Pelos relatos de seu avô, de acordo com Paulo, os jovens foram até o armazém para comprar pão com mortadela para fazer um lanche e retornar onde estava a tropa, próximo da cadeia, mas daí houve a confusão, que culminou com a tragédia. Ele falou que não sabe dizer se o seu avô esteve envolvido na história, mas que ele deve ter visto e contava detalhes. "Há controvérsias na história de ladrões de cavalo", disse.

Questionado se o seu avô contava sobre a praga do padre e se tinha ocorrido depois da morte dos jovens na cidade, segundo Paulo, o seu avô falava que era verdade, mas que aconteceu bem depois dessa história e que o motivo tinha sido que o sacerdote foi acusado de calúnia e não tinha nenhuma ligação com a tragédia dos jovens. Os relatos dizem que o padre para lá da antiga Fonte Conceição, na subida para Americana, bateu a sua batina e sandálias dizendo que daqui não queria levar nem o pó."

Bem, se há veracidade nesses acontecimentos e se realmente houve uma praga lançada por um padre contra o progresso de nossa cidade, é difícil comprovar. O fato é que a praga do padre é muitas vezes usada como justificativa. Pelo sim, pelo não, em junho de 2007 a Paróquia de Santa Bárbara realizou um evento religioso de 7 dias e 7 noites, que reuniu cerca de 1.500 pessoas, chamado "Cerco de Jericó", com o objetivo de quebrar muralhas, entre elas a da praga do padre. (5)

Eis aí a minha contribuição para os anais do folclore barbarense. Você pode até questionar se essa é uma 'razão para amar SBO'. Sim, é! Não a praga, obviamente. Mas a manutenção da memória dos nossos contos, folclore, personagens, momentos, que, de alguma forma, marcaram o passado, explicam o presente e servirão de orientação para o futuro. História não compreende apenas o registro de fatos em livros, mas aquilo que permanece na memória do seu povo.

(1) Música no vídeo: "Cidade Adormecida", de Beto di Franco e Mingo Santana, do álbum "Desde Menino", de Beto di Franco
(2) Foto extraída do site da Câmara Municipal de Santa Bárbara d'Oeste (3) Consulta à edição do jornal pelo Banco de Dados do Cedoc da Fundação Romi
(4) Foto extraída do site da Fundação Romi
(5) Jornal "Diário", ed. 24/06/07 



quarta-feira, outubro 17, 2012

Razão no. 12 - Parque Araçariguama


Araçariguama fica a 828 km de Santa Bárbara do Leste.  Err.... acho que errei as coordenadas no Google: Santa Bárbara do Leste fica em Minas Gerais, a 300 km de Beagá - nada a ver com nossa Sbó. E Araçariguama fica a apenas 60 km de São Paulo. Ambas são pequenas cidades, uma com pouco mais de 11.000 habitantes e outra com pouco menos de 10.000.

Vamos ao Google novamente: o que significa Araçariguama? My God, quantos significados!

I) sf (tupi araçá+rána, parecido, falso) Bot 1 Árvore da família das Melastomáceas (Bellucia sp. Var). 2 Arbusto da família das Rubiáceas (Tocoyena bullata). A.-camboca: a) árvore, variedade do araçá; b) fruto dessa árvore. A.-mirim: a) arbusto, variedade de araçarana, cujas folhas têm emprego medicinal; b) fruto adocicado dessa planta. http://www.significadodepalavras.com.br

II) Lugar onde se reúnem os pássaros para comer - http://pedraenxuta.wordpress.com

III) Termo de origem tupi que significa "araçari promissor", através da junção dos termos arasa'ri ("araçari") e gûama ("promissor") http://pt.wikipedia.org

O que eu sabia até hoje? Somente que é um parque que fica na área central da cidade de Santa Bárbara d'Oeste, próximo ao Parque dos Ipês, e que há um córrego na cidade com o mesmo nome.


Em 18 de dezembro de 2004, na gestão do prefeito Álvaro Alves Corrêa, o DAE (Departamento de Água e Esgoto) inaugurou o Parque Araçariguama, localizado na Avenida Corifeu de Azevedo Marques, nº 1910, na área central da cidade, próximo ao Parque dos Ipês, aproveitando o córrego do mesmo nome. Sua área é de 70 mil metros quadrados, com uma lagoa de 12 mil metros quadrados.

Foto de Luiz Bareli Filho


"O córrego Araçariguama nasce no Sítio do Buenão - Região do Bairro de Santo Antônio do Sapezeiro, passa e abastece o tanque da Fazenda Rochelle - Família Pyles. Ao passar pela Fazenda Galvão, abastece dois tanques, o primeiro inaugurado em 26 de março de 1949, para abastecer a Usina Azanha. Depois passa sob a Rodovia dos Bandeirantes, Rodovia Luiz de Queirós e chegando até a Rua XV de Novembro; desse ponto em diante é canalizado e abastece o lago do Parque Araçariguama  e, depois de enfeitar esse logradouro, é bombeada para a Estação de Tratamento - ETA I, na Avenida Monte Castelo." (1)

A Bacia do Córrego Araçariguama é uma das três principais bacias hidrográficas da cidade e tem uma área total de 15.842.349 m2,  sendo parte de suas águas acumulada no lago do Parque do Araçariguama, com volume de 16.000 m³.


Logo à entrada, uma ponte azul com 14 metros de comprimento por 2,1 metros de largura atravessa o lago, dando um charme especial ao parque.




O parque conta ainda com quatro quiosques, além de bancos e sanitários, barras para exercícios e pistas para caminhada.


"O parque também é abrangido por um trecho da mata ciliar do córrego, com cerca de dois mil exemplares de espécies diversas, como cedro, ipê roxo, jatobá, cabreúva, jacarandá, jaracatiá, além de espécies frutíferas, como amora, pitanga e jambo." (2)


Como no Parque dos Ipês, aves de várias espécies aproveitam a calma da natureza ao redor.



Um pequeno - mas variado e colorido - jardim oferece a oportunidade de uma parada relaxante.










O Parque Araçariguama sintetiza em sua área algumas das preocupações atuais de nossa cidade: a preservação de nossos mananciais de água (por sinal, considerada de boa qualidade), de espécies remanescentes de nossa mata (a maior parte de nossa vegetação, pertencente à Mata Atlântica, foi devastada), de espaços com boa qualidade ambiental para aves silvestres e - necessidade cada vez mais premente - ar puro para o ser humano!


(1) Contribuição: Antonio C. Angolini
(2) www.santabarbara.sp.gov.br/

Fotos: Bete Padoveze - 14/10/12

Atualização em 20 de junho de 2019




Após anos fechado ao público, o Parque do Araçariguama, que passou por obras de reforma para implantação de pista de caminhada, playground, academia ao ar livre, nova iluminação, paisagismo, espaço pet e demais equipamentos, foi reinaugurado e entregue à população no dia 24 de fevereiro de 2019.



Academia ao ar livre 

Os acessos ganharam calçamento com piso intertravado, novas vagas de estacionamento, dispositivos de acessibilidade, nova passarela sobre o Ribeirão dos Toledos, novo bosque - formado por ipês - que brevemente interligará o Araçariguama ao Parque dos Ipês.

A novidade é que o parque agora não tem mais cercas ou limites de acesso, ou seja, estará aberto ao público 24 horas por dia.







quarta-feira, outubro 10, 2012

Razão no. 11 - Hino de Santa Bárbara d'Oeste


Esta foi  uma sugestão de minha irmã Tere, que me disse gostar muito do nosso hino. Prá ser sincera, não tinha me lembrado dele e acho que nem lembraria se ela não me desse a dica. A Tere me disse que nunca se esqueceu como se canta e eu também aos poucos fui tentando lembrar, até que consegui. 

"Altiplano coberto de flores colocado mais perto do céu"  (1)
Eu me atrapalho um pouco às vezes com o ritmo e quando percebo estou cantando o Hino da Independência do Brasil. Vá entender o que se passa nos meandros de nossa mente, de nossa memória, após tantos anos... (devemos também levar em consideração que sou loira, o que pode explicar muita coisa...) 

 
"Na oficina, nas forjas, nos fornos teu esforço o metal temperou" (2)
Caminhão carregado de instrumentos agrícolas Sans (3)
Implementos agrícolas Romi (4)


Tornos verticais Romi (5)
"Saem enxadas, arados e tornos"
Bem, voltemos ao que interessa. O hino foi composto em 13 de outubro de 1958 pelo Professor Francisco Benedito Libardi (letra) (ver atualização abaixo) e pelo Professor e Maestro Vicente Gimenes (música), sendo oficializado como Hino de Santa Bárbara d'Oeste em 14 de novembro de 1974, pela lei n º 1.116/74, através do projeto de lei de 1973 do então vereador Gilson Alberto Novaes. 

Francisco B.Libardi foi professor do Instituto de Educação Comendador Emílio Romi, tendo sido transferido para Piracicaba em 1962. O Maestro Vicente Gimenes, um dos fundadores do Com. Emílio Romi, além do hino de SBO, compôs os hinos de Saltinho e de Borebi (Blog do Nassif).

"E o automóvel teu gênio plasmou" (6)

"Cresce a cana com viço e dulçor" (7)

"Outras flores esparzem douradas" (8)
"Mas da ciência, as escolas que tens" (9)
"Eia, pois, este canto entoemos, que se espalhe no céu cor de anil" (10)
"Porque assim mais amada faremos Santa Bárbara em todo o Brasil" (11)

Tenho minhas dúvidas que as novas gerações de estudantes conheçam o Hino, o Brasão ou a Bandeira do Município. Iniciativas já foram tomadas para tornar  obrigatório o ensino do hino nas escolas da cidade, incutindo-lhes noções de cidadania e patriotismo.

Também tenho dúvidas se isso ajudará a formar melhores cidadãos. De qualquer maneira, a música em si é um instrumento que ajuda a brotar na alma de cada pessoa sentimentos das mais diversas naturezas. E, se de alguma forma isso pode ajudar a trazer à tona sentimentos de amor pela nossa cidade, por que não usá-lo?

Veja abaixo a íntegra da letra e se estiver interessado(a), veja o vídeo com o áudio do Hino de Santa Bárbara d'Oeste. E, se puder, sacie a minha curiosidade e responda: você se lembrava dele?

Hino de Santa Bárbara d'Oeste
Letra: Prof. Francisco Benedito Libardi
Música: Prof. Vicente Gimenes

I
Altiplano coberto de flores
Colocado mais perto do céu,
Foste outrora um berço de cores
Onde um povo pujante nasceu

Estribilho
Santa Bárbara d'Oeste altaneira

Tuas indústrias, tua fé e tradição
Constituem, do progresso, a bandeira
Que teu povo desfralda à nação

II
Na oficina, nas forjas, nos fornos
Teu esforço, o metal temperou.
Saem enxadas, arados e tornos
E o automóvel teu gênio plasmou


III
O verdor mais escuro de antanho,
Transformaste na gama da cor,
Caem as frondes de imenso tamanho
Cresce a cana com viço e dulçor.

IV
Tuas campinas de flor matizadas,
Da natura, espalham os bens

Outras flores esparzem douradas
Mas de ciência, as escolas que tens

V
Eia, pois, este canto entoemos
Que se espalhe no céu cor de anil
Porque assim mais amada faremos
Santa Bárbara em todo o Brasil

(1)    Foto: Bete Padoveze - maio 2005(2)     Pintura a óleo de Gilberto Marchi, datada de 1973, exposta na sala do Conselho de Administração das Indústrias Romi
(3)    Foto extraída do site da Fundação Romi
(4)    Foto: Bete Padoveze - junho 2012
(5)    Foto extraída do site das Indústrias Romi
(6)    Foto: Bete Padoveze - junho 2010
(7)    Foto: Gilmar Margato - janeiro 2008
(8)    Foto: Bete Padoveze – 2005
(9)    Foto extraída do site: De bairro em bairro"
(10)  Foto: Bete Padoveze - abril 2012
(11)  Foto: Eduardo Deffanti - agosto 2012


Atualização:

O professor Francisco Benedito Libardi, que residia em Piracicaba, faleceu no dia 05 de junho de 2013, aos 84 anos de idade.  O seu nome está gravado de forma indelével nos anais da memória de nossa cidade, que, mesmo não sendo sua terra natal, foi por ele exaltada nos versos acima.

Ver notícia no site da Prefeitura: Santa Bárbara d'Oeste é um berço de flores onde um povo pujante nasceu